16.10.07

ADEUS, CASSIANO NUNES

.

Referência para milhares de ex-alunos da UnB, um dos maiores escritores de Brasília morre, aos 86 anos.

Da Redação (Correio Braziliense - 16.10.2007)

Recluso, silencioso e debilitado, o professor Cassiano Nunes Botica, natural de Santos, morreu ontem, às 16h50, no Hospital Brasília, vítima de falência múltipla dos órgãos, aos 86 anos. Cassiano era professor doutor honoris causa pela Universidade de Brasília (UnB) e cidadão-honorário da cidade. Publicou, ao longo de sua história, mais de 50 títulos, entre coletâneas de artigos literários, peças teatrais e livros de poema. Até ser afetado por uma grave depressão, há cerca de cinco anos, freqüentava com assiduidade os espaços culturais de Brasília. Era conhecido por sua cordialidade. O poeta ajudou a fundar a Associação Nacional de Escritores e a Academia Brasiliense de Letras, da qual era membro. Seu velório, no Campo da Esperança, terá início às 10h. O enterro deverá ocorrer no final da tarde. O poeta chegou a Brasília em 1966. Veio para assumir uma cátedra na Universidade de Brasília (UnB), que enfrentava grave crise, depois que a maioria dos professores se demitiu em protesto contra a desfiguração do projeto proposto por Darcy Ribeiro. Permaneceria lá por 20 anos, plantando grandes amizades com alunos e professores.

“Era completamente apaixonado por literatura”, lembra o escritor Lourenço Cazarré, ex-aluno de Cassiano. “Me lembro dele chegando de madrugada no Beirute. Sentava em nossa mesa e ficava ali. Vivia falando de poesia”, completa.

O escritor Anderson Braga Horta, companheiro de Cassiano na Associação Nacional de Escritores e na Academia Brasiliense de Letras, lembra outra faceta do amigo: “Era um grande contador de causos. Infelizmente, na última vez que o vi, durante a inauguração da Biblioteca Nacional de Brasília, estava apagado em um canto. Muito debilitado pela doença.” Saraus Na década de 1970, a casa de Cassiano na 711 Sul era freqüentada por artistas de teatro, poetas, escritores e músicos. Clodo Ferreira, ao lado dos irmãos Climério e Clésio, era um dos que participava com freqüência desses saraus. “Na casa dele, uma verdadeira biblioteca, tinha um porão. Nos reuníamos lá. Na época, ainda éramos amadores e o Cassiano nos dava o maior apoio”, relata. “Lembro que ele tinha um grande carisma e exercia forte liderança sobre os alunos. Todos os consideravam uma referência”, afirma.

A poeta Vera Americano foi aluna de Cassiano Nunes na UnB: “Ele vai ser sempre uma referência para as letras de Brasília. Teve um papel fundamental da consolidação da literatura na cidade”, diz. “Lembro dele pelo grande amor que tinha por esta cidade, a evidência está na poesia dele, em todos os cantos da cidade”, afirma. Biografia Cassiano trabalhou como jornalista na Tribuna de Santos. Escreveu três peças teatrais.

Graduado em letras anglo-germânicas pela Universidade de São Paulo, fundou, junto com Antonio Cândido, a Faculdade de Letras e Filosofia de Assis em São Paulo (Unesp). Estudou literatura na New York University, nos Estados Unidos. Trocou centenas de cartas com Carlos Drummond, Mário de Andrade, entre outros, guardadas, em sua maior parte, na Biblioteca Central da Universidade de Brasília. Ele incumbiu a professora Maria de Jesus Evangelista, a Maju, para escrever a história dele. “Era para ser uma autobiografia, mas Cassiano Nunes desistiu da idéia. Ele me disse: ‘Eu não vou mais escrever! Você sabe mais de mim do que eu próprio. Escreva, se assim quiser’.

Era um homem atuante. Ele não morreu, mas cumpriu sua missão”, lamenta. Um dos maiores especialistas sobre a obra de Monteiro Lobato, Cassiano Nunes escreveu A atualidade de Monteiro Lobato, (1985, vencedor do Prêmio Sílvio Romero da ABL) e Novos estudos sobre Monteiro Lobato (1998, Editora UnB). Também organizou seus artigos e críticas em coletâneas como Breves estudos de literatura brasileira (1969) e A felicidade pela literatura (1983). Em 1997, seus amigos se reuniram e editaram uma antologia, Vinte vezes Cassiano. Seus poemas foram reunidos nas antologias Poesia-I (1997) e Poesia-II (1998). Também foi homenageado no cinema com o média-metragem Viva Cassiano! (2004), de Bernardo Bernardes. Em sua última entrevista, concedida ao Correio em abril deste ano, cercado de livros, Cassiano Nunes desabafou: “Trabalhei. Não fiz mais coisas porque me faltou apoio. Inclusive dos meus colegas intelectuais”.

O depoimento reflete o quadro de depressão em que o autor se encontrava no fim da vida. “Existe uma falta espiritual, que impede as pessoas de colaborarem umas com as outras”, cita em outro trecho. Os parentes do poeta ficaram em São Paulo. Não tinha laços familiares em Brasília. Na matéria, falava com carinho sobre a cidade: “A gente vive aqui numa espécie de parque. Árvores e jardins por toda a parte. Tudo isso colabora para que a gente se sinta bem aqui”.

ESPERA UM POUCO

“A minha morte não denomines de morte.
Nem a considere definitiva.
Espera um pouco, amigo!
Espera um pouco
Pela ressurreição”…

De Cassiano Nunes, publicada em Jornada Lírica — Editora Thesaurus (1992)
.

13.10.07

VOLTA AO MUNDO (CLIQUE SOBRE AS IMAGENS PARA AMPLIÁ-LAS)

Rio de Janeiro

Líbia



Jerusalém


Petra


Maldivas


Pakistan

Bali


Tomar - Portugal


Fiji



Polinésia



Sidney



Banff - Canadá



Machu Pichu



Andes - Argentina



Antártida



Islândia



Moscou


Praga



Estambul



Mikonos

Paris


Kilauea - Hawaii

Yemen


Zimbabwe

.

13.9.07

PARAÍSO NA TERRA (DUBAI)

.
Companhias internacionais como CNN e Microsoft já jogaram âncoras em seus centros de escritórios. Marcas de luxo enchem seus muitos shopping centers.Visitantes lotam seus hotéis de luxo. Universidades, entre elas a Universidade Estadual da Geórgia, estão montando filiais lá, assim como firmas internacionais de arquitetura, como Thompson, Ventulett, Stainback & Associates e Perkins & Will, de Atlanta.

Ao usar sua localização estratégica e as receitas do petróleo como trampolim para se modernizar, diversificar sua economia e atrair investimento estrangeiro, os líderes de Dubai vêem seu pequeno país (do tamanho do estado americano de Rhode Island) como modelo para o desenvolvimento do mundo árabe. O sultão Ahmed Bin Sulayem, um dos principais assessores do governante, xeque Mohammed bin Rashid al-Maktoum, diz que "Dubai é um exemplo de como criar algo do nada".Jeffrey A. Rosensweig, diretor do Programa de Perspectivas Globais da Escola de Economia Goizueta da Universidade Emory, compara Dubai a Cingapura, outro país pequeno e pobre em recursos que se transformou no pólo do Sudeste Asiático.


"Dubai está se tornando um ponto de entrada para o Oriente Médio, a região que tem mais petróleo no mundo", ele diz. "Isso mostra como uma cidade pode criar uma realidade para si mesma e vender isso para o mundo. Dez anos atrás ninguém falava em Dubai."Mas para alguns observadores ainda é preciso ver que tipo de realidade está se formando aqui.

Por um lado, o ritmo frenético e o caráter do desenvolvimento inédito de Dubai, segundo alguns críticos, projetam um futuro de problemas ambientais e de sustentabilidade. Apesar de a maior parte de sua expansão ainda estar nas pranchetas, o tráfego já é um pesadelo em sua principal artéria, a avenida Xeque Zayed. E há crescente preocupação sobre os impactos em longo prazo da dessalinização das águas do golfo para irrigar campos de golfe e condomínios luxuriantes, assim como a incessante demanda por energia para refrigerar suas reluzentes torres de vidro.

Mas até agora pouca coisa conseguiu desacelerar essa corrida do ouro do século 21. O fenômeno é descrito desta maneira pelo arquiteto Ray Hoover, diretor da TVS, uma firma de Atlanta que participa de vários projetos de alto perfil do país: "No melhor dos casos, um otimismo desenfreado. No pior, um caos desenfreado. É atirar antes de mirar".

Excesso de projetos

Para a maioria dos americanos, Dubai provavelmente só surgiu há pouco tempo, quando houve a polêmica sobre o plano de sua empresa de administração de portos, DP World, assumir vários portos americanos no início deste ano. Mas nos últimos vários anos Dubai vem chamando a atenção de todo o mundo por seu perfil arrogante: ao longo da avenida Xeque Zayed, inúmeros edifícios que chamam a atenção --um minarete elevado, um hotel em forma de onda, torres enormes pintadas de vermelho e azul-- perfuram os céus perpetuamente ensolarados.

A escala de quase todos os projetos aqui desafia a imaginação. O Burj Dubai, uma estrutura em construção que deverá ser a torre mais alta do mundo, com mais de 600 metros, terá o dobro da altura do edifício do Bank of America em Atlanta. O Shopping dos Emirados, uma cornucópia de lojas de luxo que causaria vergonha a Rodeo Drive, tem seis vezes o tamanho da Lenox Square, mas será relativamente discreto quando dois shoppings maiores forem concluídos.

A construção desses megaprojetos ocupa quase um quinto de todos os guindastes de construção do mundo e dezenas de milhares de trabalhadores importados e mal-remunerados, que trabalham até durante a noite.

Por enquanto, o principal emblema de todo esse furor arquitetônico é o Burj al Arab, um hotel de US$ 1 bilhão que parece uma gigantesca vela branca.Considerado o primeiro hotel "sete estrelas" do mundo, o Burj (que significa "torre") é um espetáculo de opulência e exagero. Seu saguão tem uma fonte que jorra ao compasso de Tchaikovsky, flanqueada por alguns tanques de peixes que ficariam bem no Aquário da Geórgia. Até as suítes mais baratas, de US$ 1 mil por noite, têm acessórios de ouro maciço, mordomos e um cardápio de 12 páginas só com opções de travesseiros.

Não contente com os 70 quilômetros de litoral que a natureza deu a Dubai, o xeque Mohammed concebeu esses projetos para criar mais propriedade lucrativa. No golfo, três grupos de ilhas artificiais em forma de palmeiras estão sendo construídos com aterros de pedra e areia retiradas de um canal próximo, que lhe darão mais 400 quilômetros de novas praias.

A menor delas, Palm Jumeirah, vai aumentar a florescente carteira imobiliária de Dubai com 8.800 residências e 30 hotéis --incluindo um em forma de lótus, que está sendo desenvolvido por Donald Trump. Assim como The World, outro arquipélago feito pelo homem em forma de mapa-múndi, eles poderão ser vistos da lua.



Maravilhas de Dubai

O Mundo

Esqueça seu pequeno paraíso particular. Você pode comprar um "país" inteiro em The World, uma das quatro comunidades em construção em ilhas artificiais no golfo. Com a forma de continentes, as 300 ilhas representam países ou cidades (os países politicamente incorretos são omitidos). As ilhas terão acesso por barco ou avião. Em construção.

Domo de Neve

A "experiência ártica" de Dubai inclui uma pista de esqui (a maior do mundo) em torno de uma cadeia de montanhas; um rinque de gelo; um hotel em forma de iceberg; neve de verdade e ruídos de ursos polares. Tudo embaixo de um enorme domo de vidro. Em construção.Falcon City of WondersAs maravilhas do mundo --do Taj Mahal aos Jardins Suspensos da Babilônia--, tudo num mesmo lugar. Essa é sua chance de morar na Torre Eiffel, fazer compras nas Grandes Pirâmides e escalar a Grande Muralha sem sair de Dubai. Construção prestes a começar.Burj DubaiPelo menos por enquanto esse arranha-céu de vidro deverá ser o maior do mundo quando terminado. A peça central de US$ 20 bilhões de uma cidade dentro da cidade vai abrigar espaços residenciais e comerciais, incluindo o hotel Armani Dubai, um clube do charuto, quatro piscinas e uma biblioteca. Conclusão prevista para 2008. "

25.8.07

CATEDRAL DE BRASÍLIA

Aí está, no centro da foto, a imagem aérea da Catedral de Brasília. É um detalhamento da mesma foto do mapa-múndi, mostrada inicialmente e obtida por satélite, a cerca de 2.000 km de distância.
.

BRASÍLIA - ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS


Para ampliar, clique sobre a imagem. Para aproximar o zoom, clique aqui.
.

PLANO PILOTO E PARTE DO LAGO PARANOÁ

Para ampliar, clique na imagem. Para aproximar o zoom, clique aqui.
.

BRASÍLIA


No centro da foto está Brasília, com seu desenho que lembra um avião. Lá estão as duas asas: Asa Norte, acima; Asa Sul, abaixo. À direita, uma grande mancha escura que se ramifica com certa simetria. É o Lago Paranoá. No alto, mais à esquerda, uma grande mancha escura. Ali está o Parque Nacional, reserva ambiental de 33 mil hectares que, na semana passada, quase foi destruída por um incêndio (suspeita-se que tenha sido criminoso). Metade da área foi comprometida. As cinzas se espalharam pela Asa Norte.
Para ampliar, clique sobre a imagem. Para aproximar o zoom, clique aqui.
.

DISTRITO FEDERAL

Para ampliar, clique sobre a imagem. Para aproximar o zoom, clique aqui.
.

REGIÃO CENTRO-OESTE


Para ampliar, clique sobre a imagem. Para aproximar o zoom, clique aqui.
.

AMÉRICA DO SUL


Para ver a imagem ampliada, clique sobre a imagem. Para aproximar o zoom, clique aqui.
.

8.8.07

A MORTE DO SENADOR

.
Um senador está andando tranqüilamente quando é atropelado e morre.

A alma dele chega ao Paraíso e dá de cara com São Pedro na entrada.

- Bem-vindo ao Paraíso, diz São Pedro. Antes que você entre, há um probleminha. Raramente vemos parlamentares por aqui, sabe, então não sabemos bem o que fazer com você.

- Não vejo problema, é só me deixar entrar, diz o antigo senador.

- Eu bem que gostaria, mas tenho ordens superiores... Vamos fazer o seguinte: você passa um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Aí, pode escolher onde quer passar a eternidade.

- Não precisa, já resolvi. Quero ficar no Paraíso, diz o senador.

- Desculpe, mas temos as nossas regras.

Assim, São Pedro o acompanha até o elevador e ele desce, desce, desce até o Inferno.

A porta se abre e ele se vê no meio de um lindo campo de golfe. Ao fundo, o clube onde estão todos os seus amigos e outros políticos com os quais havia trabalhado. Todos muito felizes em traje social. Ele é cumprimentado, abraçado e eles começam a falar sobre os bons tempos em que ficaram ricos às custas do povo. Jogam uma partida descontraída e depois comem lagosta e caviar.

Quem também está presente é o diabo, um cara muito amigável que passa o tempo todo dançando e contando piadas. Eles se divertem muito e, antes que ele perceba, já é hora de ir embora. Todos se despedem dele com abraços e acenam enquanto o elevador sobe. Ele sobe, sobe, sobe e a porta se abre outra vez.

São Pedro está esperando por ele. Agora é a vez de visitar o Paraíso. Ele passa 24 horas junto a um grupo de almas contentes que andam de nuvem em nuvem, tocando harpas e cantando. Tudo vai muito bem e, antes que ele perceba, o dia se acaba e São Pedro retorna.

- E aí ? Você passou um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Agora escolha a sua casa eterna.

Ele pensa um minuto e responde:

- Olha, eu nunca pensei ... O Paraíso é muito bom, mas eu acho que vou ficar melhor no Inferno.

Então São Pedro o leva de volta ao elevador e ele desce, desce, desce até o Inferno.

A porta abre e ele se vê no meio de um enorme terreno baldio cheio de lixo. Ele vê todos os amigos com as roupas rasgadas e sujas catando o entulho e colocando em sacos pretos. O diabo vai ao seu encontro e passa o braço pelo ombro do senador.

- Não estou entendendo, gagueja o senador. Ontem mesmo eu estive aqui e havia um campo de golfe, um clube, lagosta, caviar, e nós dançamos e nos divertimos o tempo todo. Agora só vejo esse fim de mundo cheio de lixo e meus amigos arrasados !!

O Diabo olha pra ele, sorri ironicamente e diz:

- Ontem estávamos em campanha. Agora, já conseguimos o seu voto...


(texto recebido por e-mail, sem citação de autor)


NUS COM ARTE

.
(CLIQUE SOBRE AS IMAGENS PARA VÊ-LAS AMPLIADAS)
(Foto de Carlos Hauck)


(Foto de A. Brito)


(Foto de Amanda Com - Modelo: Silvia)





(Foto de Angel Nino)





(Foto de Marta Ferreira)






(Foto de Eduardo Almeida)




(Foto de Fernanda Bueno)



(Foto de Filipe Monteiro)




(Foto de João Sargo)




(Foto de Marcio Murilo Pilot)

27.7.07

GILBERTO FREYRE: ENSAIO SOBRE A ANTROPOLOGIA DA PREFERÊNCIA NACIONAL

.
“(...) Constam essas informações da Primeira Visitação do Santo Ofício a Partes do Brasil pelo Licenciado Heitor Furtado de Mendonça. Surgem, nessas indagações secretas, homens casados casando outra vez com mulatas (talvez do tipo mulher tornada conhecida como ‘arde-lhe o rabo’, decerto por haver se extremado em furor anal), adultos europeus ou de procedência européia pecando contra a natureza, em coitos anais ou através de luxúrias de felação, com efebos, quer na terra, quer na Guiné, participantes, alguns deles, com tal volúpia desses amplexos, que de um deles se registra a exclamação ‘quero mais’. A participação nesses coitos da gente da terra parece indicar, de ameríndios, presentes em contatos madrugadores com europeus, terem sido, eles próprios, dados à sodomia ou à pederastia, com o abuso de bundas já então praticado, quer por europeus em não-europeus, quer – é possível – em reciprocidades voluntuoas eurotropicais euro-ameríndias e euro=afronegras. Pode-se concluir de mulheres indígenas, desde esses dias, terem revelado preferências, para contatos sexuais com portugueses, por aqueles motivos priápicos já alegados pelo severo Varnhagen: os portugueses, em confronto com machos indígenas, teriam se revelado mais ardorosamente potentes. Sabe-se, por algumas observações antropológicas confiáveis, de homens de culturas primitivas precisarem, em vários casos, para efeitos de procriação tribal, de festas excitantemente sexuais, que os levem a atos procriadores, é claro que acompanhados de gozos. Atos e gozos, entretanto, mais provocados que espontâneos, embora as investigações do Santo Ofício documentem ocorrências de receptividade de indígenas a práticas, já por indígenas conhecidas, em que o coito anal teria se verificado.”

“(...) Não há evidência alguma de mulheres indígenas terem se feito notar, como aconteceria com mulheres de origem afronegra, introduzidas na colônia, desde o século XVI, por nádegas notavelmente protuberantes ou por bundas salientemente grandes. E, por essas saliências, sexualmente provocantes do seu uso, e até do seu abuso, em coitos de intenções mais volutuosas. Ao tamanho das nádegas, desenvolveu-se, é de supor, a tendência, quase folclórica, entre brasileiros, de associarem-se os chamados cus de pimenta ou rabos ardorosos, já presentes em referências em registros das investigações do Santo Ofício.

“Entretanto, é preciso não resvalar-se na simplificação de atribuir-se a presença, entre mulheres brasileiras, de bundas grandes, com ou sem essas conexões, à presença de afronegras notáveis por tais protuberâncias de nádegas”

“(...) E aqui é preciso que se volte à observação de Havelock Ellis quanto a uma das superioridades da mulher ibérica sobre as ortodoxamente européias estar na assimilação, pela ibérica, de remota influência africana de andar, como se dançasse. É um movimento de bundas bastante amplas – especifique-se – para permitirem essa ondulação como que – sugira-se – afrodisíaca de andar.

“A grande número de mulheres brasileiras, a miscigenação pode-se sugerir ter dado ritmos de andar e, portanto, de flexões de nádegas, susceptíveis de ser considerados afrodisíacos. Atente-se nesses ritmos, em cariocas miscigenadas, em confronto com as de beldades argentinas que o observador tenha acabado de admirar. Os ritmos de andar da miscigenada brasileira chegam a ser musicais, na sua dependência de bundas moderadamente ondulantes. Para Havelock Ellis, o andar da mulher mais tipicamente ibérica, em contraste com a da ortodoxamente européia – em grande número de casos, acrescente-se a Ellis, como que calvinistamente proibida, em sua maneira de ser femininamente elegante, de ter bunda ostensiva – teria alguma coisa de graciosa qualidade de um corpo felino inteiramente vivo.”

“(...) O homem médio brasileiro não pode deixar de ser sensível à imensidade de provocações que o rodeiam. Não tanto ao vivo, como por meio de anúncios de revistas ilustradas, que se vêm esmerando na utilização de reproduções coloridas de bundas nuas, como atrativos para uma diversidade de artigos à venda.

“Por algum tempo foi a bunda o chamariz, da parte de mulheres da vida, do tipo chamado indistintamente polaco, em ruas de ostensiva prostituição comercial, a homens ao alcance de suas vozes, que consideravam cansados de coitos conjugais monotamente normais. Tais mulheres anunciavam deixarem-se enrabar ou a praticar o sexo oral.”

“Assinale-se que, ao começar a haver, em Mangues, tais ofertas, parece ter havido não pouca repulsa da parte de mulatas mais castiçamente brasileiras, a homens que lhes propuseram facilitar-lhes tais substitutos de coitos convencionais. Que fossem se acanalhar com polacas! O que não parece ter impedido de as alternativas virem sendo adotadas por brasileiras de cor, com as bundas avantajadas sendo cortejadas por homens inclinados a esse tipo porventura mais carnal de coito.

“(...) É curioso que, no excelente Ensaio de Antropologia Estrutural (Petrópolis, 1977), o professor Roberto da Matta, ao considerar o Carnaval brasileiro como ‘rito de passagem’, destaque ser a Rainha do Carnaval ‘sempre uma vedete de formas perfeitas’. E sua bunda? É parte ou não dessa perfeição? Se, como recorda a música de Chico Buarque, o típico brasileiro carnavalesco espera ‘o Carnaval chegar ‘ para ‘pegar em pernas de moças’, como não destacar-se seu ensejo maior de apalpar bundas de mulher?”

.
.

5.6.07

DIFERENÇA ENTRE PAQUERA E ASSÉDIO

.
"Para a 5ª Turma do TST (Tribunal Superior do Trabalho) é o constrangimento provocado na vítima mediante o uso do poder concedido por uma situação hierárquica superior. Com esse entendimento, o tribunal negou o pedido de indenização de uma funcionária que foi paquerada, e recebeu cartões e telefonemas de amor, de um superior.

De acordo com a assessoria do TST, a ex-empregada do Sindicato dos Estivadores do Porto de Rio Grande (RS), que trabalhava com datilógrafa, ingressou na Justiça alegando que sofreu, durante anos, assédio verbal e por escrito por parte de um secretário da entidade. Segundo ela, as investidas do superior a prejudicaram no ambiente de trabalho e acarretaram constrangimento físico e psicológico. A empregada pediu uma indenização pelo dano moral causado.

Como prova, a datilógrafa juntou aos autos cartões de amor enviados pelo secretário do sindicato. Neles, o superior declarava seu desejo de namorar e beijar a colega de trabalho. Em juízo, testemunhas confirmaram que o sindicalista costumava telefonar para a datilógrafa para obter resposta do pedido de namoro.Na primeira instância, a Justiça considerou que, a “externalização de sentimentos” não configurou assédio sexual. Segundo a sentença, nas mensagens românticas e nos testemunhos não ficou caracterizada proposta que afetasse a integridade física, psicológica e a dignidade da empregada. “Pelo que se vê do quadro, o preposto do sindicato estava fascinado por dotes da empregada, que o atraíam”, afirmou o juiz. Para o magistrado, a paquera ocorreu dentro dos limites razoáveis, e o secretário não teve a “sensibilidade” de perceber que não era correspondido.

A ex-funcionária recorreu da decisão ao TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 4ª Região, afirmando que, embora não tenha havido assédio sexual houve “assédio por intimidação”, também conhecido como “assédio ambiental”. Segundo seu advogado, embora não configure crime, esse tipo de assédio autoriza a reparação por dano moral. A nova visão sobre o assédio, que tem origem no Código Penal espanhol, caracteriza a conduta com "um comportamento de natureza sexual de qualquer tipo que tem como conseqüência produzir um contexto laboral negativo —intimidatório, hostil, ofensivo ou humilhante— para o trabalhador, impedindo-o de desenvolver seu trabalho em um ambiente minimamente adequado". Ao negaram provimento ao recurso, os juízes do TRT-4 mencionaram tese defendida pelo ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Luiz Vicente Cernicchiaro, segundo o qual o assédio somente se caracteriza quando encerra condição imposta a quem procura o trabalho, deseja conservá-lo ou postula melhorar as suas condições, o que não é o caso da paquera. “No galanteio, o homem se insinua, busca o consentimento da mulher; pode haver insistência, mas não há condição. A mulher é livre para aceitar, ou recusar”, afirmou o ministro do STJ, citado pelos magistrados do tribunal regional em sua decisão.


A empregada recorreu novamente, agora ao TST, mas o recurso de revista não foi conhecido. O relator do processo, ministro João Batista Brito Pereira, destacou em seu voto que se o TRT-4 consignou não haver prova de constrangimento provocado na busca por favor sexual, não cabe na atual esfera recursal revolver os fatos e as provas, segundo o disposto na Súmula 126 do tribunal. "

(Fonte – Última Instância – revista jurídica
http://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/38520.shtml )
.

5.5.07

NÃO SEJA VÍTIMA NEM ALIMENTE AS ARMADILHAS QUE CIRCULAM NA INTERNET

.
DEIXO AQUI, DISPONÍVEL PARA OS LEITORES, ESSE ALERTA QUE RECEBI POR E-MAIL. VALE A PENA DAR UMA OLHADA, PARA EVITAR AS INÚMERAS ARMADILHAS QUE CIRCULAM NA INTERNET:

"MUITO IMPORTANTE, VALE A PENA LER COM ATENÇÃO O TEXTO ABAIXO DO COMITE DE SEGURANÇA DA PETROS.
É DE INTERESSE DE TODOS NÓS QUE USAMOS A INTERNET COM RESPONSABILIDADE!

CUIDADO


O que há por trás das mensagens, por exemplo, de crianças desaparecidas!

Segue abaixo uma boa explicação para NÃO repassarmos qualquer e-mail de pedido, promoção, protestos ou acusações sem antes verificar a veracidade dos fatos.

Uma amiga minha recebeu o e-mail abaixo transcrito, logo depois de receber um comovente e-mail com uma foto de uma criança desaparecida e repassar para vários amigos.

Veja a resposta de uma das pessoas que recebeu a mensagem:

Esse telefone não é de Niterói.

Se você ligar direto, sem usar o DDD, a ligação não completa.

Se usar o código 21, também não completa.

Esses e-mails bem apelativos são criados por pessoas inescrupulosas para conseguir algo muito valioso para eles: o seu, o nosso endereço de e-mail...

Qual candidato a deputado, dono de joalheria, diretor de banco, financeira etc, que não quer oferecer seus produtos ou dar o seu "plá", sem qualquer custo, para uma clientela seleta dessas: você, que é @ans e eu, que sou @petros....

Daí você manda para outros @ans, @iba, eu mando para @petrobras, @cvrd, @terra, etc.

Alguém depois recolhe esses endereços, deleta os @ig da vida e vende nossos endereços, por uma nota, para os clientes acima .

Sou do comitê de segurança da informação da Petros e todos os e-mails desse tipo que chegam eu verifico a validade.

Até agora, e já faz mais de dois anos que estou nessa , somente um foi realmente verdade : era sobre um cadastramento de pessoas carentes para fazer cirurgia de palato, lábio leporino em crianças. Liguei e era real...

O resto, tudo mentira!

O último foi do banco Santander, que estaria recrutando pessoas com deficiência física para trabalhar.

Aqui, na PETROS, todo mundo ficou sensibilizado e quando eu recebi, simplesmente entrei no site do banco.

Achei um "pop-up" que desmentia a notícia...

Aí seguem algumas dicas do nosso comitê para não "cairmos nessa":

Escrever um mail ou enviar qualquer coisa pela Internet é fácil...

NÃO acredite automaticamente em tudo!

Observe o texto, reflita, analise tudo isto antes de repassar aos amigos.

Quando nós recebemos mensagens pedindo ajuda para alguém, com alguma foto comovente, não repasse apenas "para fazer a sua parte",....

Pode haver alguém cheio de más intenções, por trás deste e-mail...

Verifique a veracidade das informações.

Não tenha receio de NÃO repassar a mensagem, caso não queira ou não tenha condições financeiras de confirmar sua veracidade (há custo de interurbanos, etc)!
Afinal, próximo de sua casa, há sempre alguém carente que você poderá ajudar, se esta for sua opção de vida.

Cuidado!

Muito cuidado com mensagens-lista de dados de pessoas, que a cada um vai assinando, colocando seus endereços e telefones reais,repassando...

Podem facilmente serem utilizados por assaltantes, seqüestradores, etc.

E AGORA O MAIS, MUITO MAIS, IMPORTANTE:Quando reenviarem uma mensagem, RETIREM OS NOMES E E-MAILS DAS PESSOAS POR ONDE A MENSAGEM JÁ PASSOU.
Existem programas rodando na Internet para pegar "tudo que tiver antes e depois de um @".

O resultado disto é vendido para "spammers" que, muitas vezes, espalham vírus!

Quando for mandar uma mensagem para mais de uma pessoa , NÃO UTILIZE A LINHA "PARA" NEM A LINHA "CC".
ENVIE, sempre , COM O " CCO " (CÓPIA CARBONO OCULTA) OU "BBC" (BLIND COPY), sendo que então nunca aparecerá o endereço eletrônico de nenhum destinatário .

Quando todos nós fizermos isso, livraremos a Internet de 80% dos vírus!"